segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Entrevista com My Gold Mask (EUA)

A noite de audição da coletânea foi incrível, queria agradecer aqui em nome de todos da coletânea pelo público que compareceu, tivemos a casa cheia e uma galera da coletânea como Ugo Barra Limpa e Privada Portal circulando por lá. Muita gente não pôde entrar por conta da lotação do espaço mas queria agradecer a todos, Evandro Q, Coxas D´Amélia e DJ Lu Medeiros por essa noite.



Essa semana trago aqui uma entrevista com Jack e Gretta que fazem parte de uma das bandas gringas (na minha opinião) mais legais atualmente dos EUA e que participam da coletânea Recife Lo-fi Volume IV. Estou falando do My Gold Mask que vem crescendo em público no Brasil e atualmente está em excursão por diversas cidades dos EUA. A entrevista foi feita da mesma forma lo-fi (Facebook) através de uma ponte Recife - Chicago mostrando que musicalmente não podemos (e não devemos) manter fronteiras. Sem mais delongas, com vocês, My Gold Mask!







Como se formou o My Gold Mask? Existiam projetos anteriores?


Jack: Eu toquei em várias bandas punk que ninguém deve ter ouvido falar. Gretta e eu tocávamos em uma banda de new wave/punk/pós-rock chamada Bang! Bang! Nós nos divertíamos bastante nessa banda mas queríamos fazer algo mais original, mais artístico.

Gretta: My Gold Mask começou mesmo apenas com Jack e eu, era um projeto de gravação caseira. Jack estava tocando guitarra de uma forma diferente da que eu estava acostumada a ouvi-lo tocar e isso foi me despertando melodias vocais que eram muito novas para nós no momento. Nós meio que apenas seguimos o fluxo, explorando sons, nos divertindo e descobrindo um novo lado "sônico" nosso.

photo by Drew Reynolds

Vocês se conheceram através desses projetos? São todos de Chicago?

Jack: Gretta e eu nos conhecemos em uma festa em um "rooftop" aqui em Chicago há alguns anos e decidimos que iríamos tocar juntos desde a primeira noite que nos conhecemos!

Gretta: Somos de lugares diferentes, eu sou de Louisiana, Jack é de Nova York e James é de Chicago.


Quais as principais influências que vocês poderiam destacar?

Gretta: Eu sou bastante influenciada por tudo ao meu redor. Mais especificamente, porém, eu tenho tendência por gravitar em torno de coisas melancólicas. Eu também sou inspirada por autores e poetas como Kathy Acker, Allen Ginsberg e Byron.

Jack: Eu escuto um pouco de tudo. Eu cresci com o rock mas tenho mergulhado muito em música eletrônica recentemente. Alguns dos meus sons favoritos são "girl groups" e psicodelia dos anos 60, synth pop dos anos 80, pós punk, grunge e techno dos anos 90, Hip-Hop, Metal, Pop, artistas como Purity Ring. Esses sons podem ficar dando voltas na minha cabeça, dependendo do meu humor. No entanto, essas são mais inspirações do que influências diretas.


O MGM era um duo em 2010 e agora são um trio, o que causou essa mudança?

Gretta: Enquanto a gente se preparava para gravar "Leave Me Midnight" trouxemos nosso amigo James para me ajudar com os detalhes das minhas partes de bateria. Quando ouvimos ele tocar nós realmente gostamos da sensação do trio. Aconteceu tão organicamente, o que foi realmente ótimo. Tomei isso como uma oportunidade de aprimorar e expandir minhas habilidades como vocalista.


Vocês produziram alguns videoclipes, qual a relação de vocês com o audiovisual?

Gretta: Bem, infelizmente, não utilizamos tanto da tecnologia audiovisual como nós gostaríamos. Estamos, no entanto, atualmente trabalhando e ansiosos para conseguir lançar mais videoclipes. O "Violet Eyes" foi filmado por Jim Newberry e "Burn Like The Sun" foi filmado por Jason Kraynek, ambos fotógrafos muito talentosos.

Jack: Nós realmente tivemos uma mão na direção de arte geral desses vídeos.


Quantas gravações vocês já lançaram?

Gretta: Até o momento registramos dois "discos cheios" e dois EPs. Estamos no processo de divulgar uma série de singles digitais que levarão ao nosso terceiro LP para ser lançado em 2015.


A música que está no Recife Lo-fi é "Some Secrets", fala um pouco sobre ela.

Jack: "Some Secrets" começou como uma introdução de guitarra como abertura e surgiu a partir disso. A canção é sobre como às vezes as pessoas gostam de falar sobre seus pensamentos privados e como às vezes é melhor não saber dessas coisas... Queríamos um som grande, dramático e atmosférico. Usamos muitos microfones de sala e muita reverberação no meu som de guitarra.


Você já tocaram fora dos EUA?

Gretta: Nós tocamos no Canadá algumas vezes, mas é o único país que já excursionamos fora os EUA, pelo menos até agora. Gostaríamos muito de ir tocar em Recife!


Seria ótimo! Eu conheci vocês no bar Piano´s (NYC), inclusive vocês tem a estrada como um ponto forte da banda certo?

Gretta: A estrada é onde estou mais confortável e eu acho que eu posso falar pelo resto dos caras ao dizer que nós realmente crescemos como banda na estrada. É um ótimo lugar para praticar nosso ofício e realmente lá a banda funciona como uma unidade. A solidariedade ajuda o nosso crescimento como músicos, sem dúvidas.


E como é fazer parte uma banda independente nos EUA? Quais a dificuldades?

Gretta: Eu realmente não presto atenção nas dificuldades de ser uma banda independente aqui nos EUA. Eu faço o meu melhor para manter o foco e vou empurrando para frente com a nossa música!

Jack: Não podemos falar pelo resto do mundo, mas parece que os EUA não têm o mesmo sistema de apoio para os artistas que um lugar como o Canadá tem. Pode ser difícil se você não tem um trabalho fixo das 9h às 17h. Mas fazemos isso porque nós amamos e por que existem diferentes cenas em muitas cidades que realmente apoiam a música ao vivo.





Conhecem algum som brasileiro?

Jack: Estamos ansiosos para conhecer mais. Fizemos muitos novos fãs no Brasil o que tem sido uma agradável surpresa para nós. Nosso primeiro contato com a música brasileira foi com ótimas bandas pós-punk dos anos 80 que eu encontrei em algumas coletâneas incríveis!


Por falar em coletâneas, o que acharam da participação no Recife Lo-fi Volume IV?
Jack: É uma maneira maravilhosa de construir laços. Como uma banda, nós passamos juntos por tantos gêneros diferentes, não devemos nos preocupar com limites, fronteiras. Essa coletânea é uma ótima maneira de mostrar para as pessoas muitos sons que não poderiam ser ouvidos de outra forma, só fazendo todos ficarem juntos! Temos o prazer de ser parte dela.

Gretta: Eu acho que é ótimo poder reunir artistas do mundo todo!


Muito obrigado Gretta e Jack, quem sabe esperamos vocês em Recife em algum momento!

Gretta: Nós que agradecemos. Escolham o dia e a hora e estaremos aí! ;)



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