sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Entrevista com Juliana R. (SP) e lançamento virtual da coletânea Recife Lo-fi Volume IV!

Chegamos finalmente à quarta edição da coletânea Recife Lo-fi. O lançamento virtual acontece hoje no programa Opinião Pernambuco (TVU - Canal 11) ao vivo a partir das 19h - transmissão para PE e também via internet (www.video.rnp.br) com o debate "Novas Cenas Musicais".

Foram muitos sons garimpados de todo o Brasil e do exterior, recebemos muito material e estamos felizes com o resultado. É um bom panorama do que vem sendo produzido nos home studios de Recife, do Brasil, além de alguns países como EUA, Portugal e França. Pelo grande volume de material, além das 21 faixas normais, adicionais mais 4 faixas bônus fechando em 25 músicas! Parece muito mas não é nem 10% do que recebemos e esperamos que todos os artistas envolvidos, além do público, possam conhecer diferentes sons, compartilhar e trocar experiências.

Para comemorar o lançamento publicamos aqui a entrevista feita por Renato L. com a cantora/compositora Juliana R. (SP) que gravou uma faixa linda exclusivamente para a coletânea. Realmente é um momento de comemorar a música independente além das fronteiras, além das cenas, nesses últimos quatro anos o nosso foco é a música e a interação entre artistas de diferentes lugares da cidade, agora do país e do mundo. Continuaremos com as entrevistas no nosso esquema lo-fi, em breve publicaremos uma entrevista com Gretta Rochelle (My Gold Mask).

Então é isso, queremos agradecer à todos, e com vocês Juliana R!




RL - Você canta/escreve em português, inglês e espanhol no teu disco. O que te interessa especificamente em cada uma dessas línguas?

JR - A influência de artistas que compõem nesses idiomas acabou me motivando. A sonoridade entre uma língua e outra é bem diferente, então eu fui compondo conforme as palavras iam soando também, às vezes eu inventava algumas e depois fazia os ajustes finais. Existe um certo mistério na tradução que eu sempre achei interessante.
Pro próximo disco eu criei o limite de ter apenas músicas em português, o que sempre achei bem difícil, mas quando você consegue um resultado satisfatório acho que a música acaba tendo uma potência muito maior do que se eu cantasse em qualquer outra língua, ela se comunica de maneira direta.


RL - Teu barato é um bom e velho estúdio caseiro ou você tem sonhos secretos de gravar em um daqueles estúdios míticos tipo o Abbey Road?

JR - Gosto de estúdios de qualquer forma! O grande barato é saber aproveitá-los da melhor maneira possível, tirando uma sonoridade que é a que te agrada. Gravar em casa é legal que você tem mais tempo pra criar e vai aprendendo a maneira que a gravação funciona, vai se acostumando a isso também, perdendo o nervosismo.




RL - Como é teu processo de composição? Você escreve/toca todos os dias ou prefere esperar pelos fluxos de inspiração?

JR - Eu comecei a tocar porque queria musicar o que escrevia, então eu sempre escrevo bastante, embora poucas vezes eu escreva
 uma música inteira de uma só vez. Gravo ideias no celular também, depois levo pra casa e vou desenvolvendo, mas o meu processo de composição é bemmm lento. Como agora eu tenho tocado teclado, tenho músicas novas que partiram desse instrumento e depois eu fui colocando letra/melodia etc. É meio que um quebra-cabeça, cada semana/mês eu vou mexendo em alguma parte, às vezes eu demoro muito pra terminar alguma frase, encaixar alguma palavra… Outras vezes eu faço só a parte instrumental e tento encaixar alguma coisa que escrevi, ouço a música e penso sobre o que quero falar.


RL - O mundo anda muito retrô ou é o futuro que morreu mesmo?

JR - O futuro tá aí super vivão.





RL - Em que consiste pra você uma manhã de domingo ideal?

JR - Uma que eu durma até o meio dia com quem eu amo.


RL - Que cineasta você gostaria que dirigisse sua biografia?

JR - Minha amiga Tay Nascimento.


RL - Como você reage a uma crítica negativa?

JR - Viiish, na internet as pessoas são bem hostis, né? Já li coisas horríveis e tento não levar muito a sério porque quando você se expõe vai se deparar com todo tipo de opinião. Também já me fizeram críticas negativas que me ajudaram a melhorar, tem que saber ouvir… É difícil, mas necessário.



RL - Fotografia e música: como elas se relacionam na sua vida/trabalho?

JR - A fotografia é presente na parte visual da minha vida de musicista: fotos de divulgação, capa de disco, futuros videoclipes etc. Também sou assistente de dois fotógrafos talentosíssimos, a Ilana Bar e o Leo Eloy.



RL - Planos para os próximos dias, meses, anos, séculos...

JR - Gravar logo o meu próximo disco, sair ilesa dos meus 27 anos e fazer muitas trilhas para teatro.




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