Júlio Ferraz / Divulgação. |
Por Magdiel Araújo
Vamos começar com a pergunta mais difícil. Ao leitor que
ainda não te conhece, como você se definiria?
Como música, livre. É o
que mais se aproxima de uma definição para o que faço.Vivo em mutações e eu não
sigo uma única direção, trabalho com diversas linguagens. Para mim a
música não tem um teto, logo cada disco provavelmente sempre será uma
novidade até mesmo para quem já conheça meus álbuns anteriores; isso é algo que
pretendo viver até o meu último suspiro.
Nesse sentido, como rolou o início do seu trabalho?
Apesar
de ser guitarrista, sou de família de violonistas e a cidade onde nasci e me
criei é bastante musical; logo, aos treze anos eu já tinha banda. A
impressão que tenho é que sempre estive na música pois isso foi algo que sempre
levei muito a sério, e por essa razão desde bem jovem sempre busquei como
objetivo viver das minhas criações.
Como vem sendo a recepção do público?
Desde que iniciei
minha carreira solo não acho que fiz shows suficientes para responder com
propriedade essa pergunta. Mas os álbuns tem tido uma recepção muito boa.
Como é seu processo de criação?
Se tratando de canção,
no maior número de vezes apenas acontece, é algo natural e quase
diário. Para os temas instrumentais de certo modo também é algo que
acontece; vem em minha cabeça e com o tempo eu vou organizando no papel, depois
trabalho nota por nota e instrumento por instrumento, sempre respeitando as
intenções que tenho para com o resultado geral. É tudo muito pensado, seja
quando escrevo um álbum ou mesmo faixas soltas, e diante disso vou
desenvolvendo a música com bastante cuidado e paciência até chegar ao
que busco; sozinho ou acompanhado por parceiros musicais como Marcelo
Rangel, Nana Milet, Henrique Flora, Yargo Feghali e muitos outros nomes que
sempre estão próximos de mim nesses trabalhos.
Você se aventura em outros projetos?
Eu trabalho com
muita gente, sempre estou tocando, vivendo trocas muscais, produzindo,
gravando, buscando novos sons. Mas nesse momento o meu foco principal é minha
carreira solo e o Novanguarda. Claro que com todo esse tempo fazendo música
muito material foi desenvolvido, afinal toquei com bastante gente, músicos
ótimos de diversos estilos, e sim tive alguns projetos, mas em sentido de banda
mesmo, álbum ou fonograma não há muita coisa lançada (ainda). Passei mais da
metade da minha vida no sertão pernambucano, as dificuldades para gravar e
fazer shows sempre foram bem maiores do que em outros lugares onde
estive. Mas com o olhar no agora, existe material pronto para acontecer e
também vários convites, infelizmente ainda não posso falar sobre o assunto.
Pra você, qual seria a função da arte e o seu papel
nisso?
Educar, comunicar, provocar ... Existir. Meu papel?
Produzir, criar...
Quais são suas referências?
Os dias. Para cada
novo momento algo acontece, e estou sempre atento.
O que você recomenda para as pessoas ouvirem?
Tudo que
se refere a "som", não apenas canções, temas. Eu costumo ouvir
tudo, até o que eu não gosto; acho importante ter certeza sobre minhas
opiniões, e a prática passa a ser uma ferramenta boa para isso.
O que fazer na horas vagas?
Faz pelo menos dois meses
que não encontro essas "horas vagas". Estou no sertão de Pernambuco
em uma missão um pouco diferente, relacionadas a família e saúde, então tenho
dividido essas tarefas com as finalizações do meu novo álbum. O que me sobram
como "horas vagas" tem sido utilizado para dormir, no máximo visitar
algum amigo ou amiga, e receber algumas visitas.
Alguma dica para quem está começando ou pretende começar
alguma coisa? Na música?
Comece se realmente acreditar no que
faz, se tiver a certeza quanto ao que quer. Saiba falar e também ouvir,
seja fiel ao que busca; com pé no chão e atento a cada estrada. Mergulhe.
Planos para o futuro?
Sempre. Esse ano eu lanço o
meu segundo álbum solo, "O Manifesto Das Cores". Isso é apenas um
recorte de muita coisa que está programada para acontecer em 2018, estou
trabalhando bastante para que vocês possam ter acesso a todas essas novidades o
mais rápido.
E por último (mas não menos importante), qual o lanche mais
legal que você já comeu? O pão da padaria de Zé de Isabel em Floresta
acompanhado por um café coado sem açúcar. Nenhum outro lanche superou ainda
essa obra de arte quente saindo do forno a lenha.
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