segunda-feira, 11 de março de 2013

SPLIT Brazil entrevista Rita Braga


"SPLIT Brazil entrevista Rita Braga" por Lauren Aquino. 

1 - Como foi o seu primeiro contato com a música brasileira?
O primeiro mesmo, tenho de recuar até aos 2 ou 3 anos de idade, foi com as novelas dos anos 80 tal como o Roque Santeiro, Sassaricando... mas há pouco tempo fui redescobrir esses temas e eram mesmo bons! "Isso Aqui Tá Bom Demais" do Dominguinhos com o Chico Buarque é bom demais! As letras tinham até muita crítica social, por exemplo o tema da novela Pedra Sobre Pedra - "vamos pra frente que pra trás não dá mais...".

2 - Você já fez turnês independentes nos EUA e em alguns países da Europa, no Brasil vemos uma certa dificuldade na circulação de artistas independentes, como essa movimentação acontece em Portugal?
É bem difícil também, juntando o facto de Portugal ser um país muito pequeno e isolado. Da perspectiva de países como a Bélgica, em poucas horas é possível estar em muitos países diferentes o que transmite uma noção mais "europeia" mas aqui não é o caso. E eu vou tocando em Portugal mas sempre gostei de circular, fui criando uma rede internacional ainda que num circuito bastante underground... mas creio que a circulação de artistas independentes não é muito fácil em lugar nenhum, não existem estruturas, nós temos que criá-las através de redes de pessoas que se vão ajudando. 




3 - Quais os novos nomes da música independente portuguesa que você destacaria?
Vou destacar algumas pessoas próximas pois adoro o trabalho de todos eles... da área de Lisboa o Presidente Drógado, ele faz canções bem divertidas, por vezes provocando o público que vai respondendo (creio que no Brasil iriam gostar dele, ele tem influências do Bezerra da Silva mas num contexto português!). O Bernardo Devlin tem um novo disco chamado "Sic Transit" com canções fantásticas e arranjos fora do comum que recomendo muito. Do Porto destaco os Calhau, os concertos deles juntam vários midia, fazem também filmes, cenografias para os shows, e conseguem criar atmosferas bem especiais, e o Ghuna X, geniozinho da música eletrónica "não quadrada"...

4 - Como Recife surgiu nessa sua trajetória musical?
Eu fui ao Brasil pela primeira vez em Setembro passado através de um contacto em São Paulo, o Binho Miranda, que me ajudou a montar uma tour e me apresentou a alguns músicos. Aí conheci o Mancha e o Diogo Valentino, e com eles comecei a banda dos Indiozinhos Psicodélicos (ainda se juntaram o Gustavo Cabelo e o Bernard Simon), e conheci o Zeca Viana que estava gravando o seu novo disco na Casa do Mancha, um lugar que frequentei muito e onde a gente ensaiava. Acabei pondo voz e ukulele num dos temas do disco do Zeca e já nessa altura falámos em Recife.



5 - É sua primeira vez na cidade, quais as expectativas para o show e em participar do projeto Recife Lo-fi SPLIT?
Tenho boas expectativas para ambos. Tenho ouvido falar muito de Recife e é aquela cidade onde eu já queria ter ido da última vez. O Zeca tem ajudado muito, vai até ter sessão de rádio antes do show, tenho certeza que vai ser divertido. Também vai ser engraçado ir direta do Inverno para o Verão, e o show vai ser logo no primeiro dia em Recife após uma longa viagem de Lisboa (chego de véspera), mas eu gosto às vezes dessas mudanças grandes, tudo pode mudar de um dia para o outro. 

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